COMPLEXO FÊNIX
O Complexo Fênix contempla dois edifícios de usos distintos: um centro cultural e um centro ecumênico, ambos com fechamento de concreto e estrutura metálica. E seu conceito foi concebido a partir do contexto histórico e urbano ao qual o local de inserção está atrelado – o Largo Paissandú, onde uma ocupação sofreu um grave incêndio em maio de 2018.
E dessa maneira, os dois volumes emergem das cinzas das falecidas edificações, com o propósito de homenagear as vítimas, através de cultura e espiritualidade. E resgata a ideia de renascimento, reencarnação e ressurreição, presentes em diversas religiões, além de propor, como no hinduísmo, a transcendência do pássaro, quebrando o ciclo de vidas e mortes.
O projeto busca, de um modo mais abstrato a forma de um pássaro, colocando significado em alguns elementos referenciais, como as caixilharias desenhadas em formato de penas, a estrutura metálica aparente para simbolizar o sistema ósseo do animal e a os cabos de aço, que propõem espaços negativos, onde os usuários podem adentrar.
O centro ecumênico possui um salão compartilhando e duas salas ritualísticas e um pouco mais privativas, chamadas de sala do fogo; lá o usuário pode utilizar o elemento para queimar o que memórias e finalizar ciclos. Já o centro cultural renova o espaço de outras formas: com conhecimento – através das suas salas de cursos variados, biblioteca e livraria – e arte – com dois salões de exposição e um auditório –; o edifício também possui um café e em sua cobertura, um mirante.
Assim, o Complexo, sem se esquecer do acidente, apresenta duas formas de conceder ao lugar uma nova vida.